Quando traduzir um termo em petróleo e gás e quando deixá-lo em inglês? Um BOP, o Blowout Preventer, já uma sigla consagrada, seria facilmente entendido em operações de campo como "Conjunto de Válvulas Submarinas"?
A primeira coisa a se considerar ao traduzir um texto de petróleo e gás é o destinatário de tal texto. Pela dificuldade e falta de convenção na tradução de vários termos, muitas operadoras optam por estabelecer um glossário interno que não raro é fornecido ao tradutor.
Documentos de licitação, por exemplo, denotam um claro esforço do tradutor em fazer uma tradução praticamente descritiva, pois na falta do equivalente exato se opta muito por descrever o objeto ou operação, mantendo o original entre parênteses. Essa opção é válida e certamente a mais acertada quando se trata de garantir que mesmo o leigo possa ter uma compreensão ao menos aproximada do que se trata. No entanto, há casos em que a familiaridade com o tema é essencial para fazer uma tradução curta e precisa, um caso típico é a JSA, a Job Safety Analysis, um documento que é usado diariamente nas operações de campo e precisa ser lido antes de toda operação. A linguagem usada nesse documento precisa ser clara e direta; nesse contexto, acrescentar um apêndice descritivo como "Conjunto de Válvulas Submarinas" onde bastaria BOP ou voltar a fazer um longo discurso sobre válvulas onde manifold explicaria tudo pode ser contraproducente, pois o pessoal de campo está familiarizado com essas expressões em inglês. É preciso lembrar que na indústria quase toda comunicação é crítica, pois envolve grandes riscos.